O que é um infográfico? De forma simples pode ser definido como uma representação visual diagramática, sintética e criativa que apresenta de forma clara e rápida informações, dados ou conhecimentos sobre algum conceito ou tema utilizando textos curtos, gráficos, desenhos e outros elementos. Este blog, preparado pelo professor Gonzalo Abio, reúne exemplos, comentários e cursos sobre o uso de infográficos e visualização de informações na educação.
26 junho, 2015
Mobbing ou assédio moral no trabalho. Exemplo de infografia
Um infográfico simples que pode servir com alunos para discutir sobre o tema tratado, mas também para aproveitar e analisar os elementos dessa construção multimodal que fazem que a informação seja apresentada de forma eficaz.
18 junho, 2015
Calculadora do consumo de água. Exemplo de infográfico interativo
Este infográfico interativo se não é perfeito nos cálculos que são aproximados, pelo menos serve para criar consciência sobre o gasto de água no domicílio.
Fonte: http://especiais.g1.globo.com/economia/crise-da-agua/calculadora-do-consumo/ [clique no link para ver o infográfico completo e em funcionamento].
16 junho, 2015
Infografía e Infographic no NMC Horizon Report
No resumo executivo do recente Horizon Report, dedicado às tendências e desafios no uso das tecnologias na educação superior, aparece um infográfico que pode ser um bom exemplo de material, em inglês ou espanhol, para aprender línguas e trabalhar também o letramento visual.
fonte: (JOHNSON et al, 2015b, p. 2).
fonte: (JOHNSON et al, 2015a, p. 2).
Esse infográfico horizontal, em uma ou outra língua, parece simples, mas não é.
Minha proposta é que os alunos possam ver o mesmo material nas duas línguas, e o espanhol, uma língua mais próxima do português, poderia servir de base para compreender e aprender o inglês, pelo menos na leitura.
Evidentemente, o tema tratado nesse relatório Horizon é especializado, Por isso, este infográfico só poderia ser utilizado, por exemplo, em cursos universitários de licenciaturas ou de pós-graduação.
Além do conhecimento do léxico geral e específico utilizado, podem ser identificadas as três partes principais desse infográfico (desafios, tendências e tecnologias) e seus subcomponentes, quais elementos gráficos ajudam na separação deles no infográfico, o papel do ícone do leitor que aparece do lado esquerdo, etc.
Em um segundo momento, também pode ser feito em pequenos grupos de alunos uma atividade para dar recortadas as partes do infográfico ou impresso em uma folha de papel completo e pedir que eles mesmos recortem cada parte, para pedir depois que pensem em outras possibilidades de apresentação dos mesmos resultados, reorganizando os elementos ou até criando outras formas de expressão gráfica para esses mesmos resultados.
A competência comunicativa multimodal proposta por Royce (2002, 2007) e utilizada por outros como Heberle (2010) e Stenglin e Iedema (2001), inspirados na LSF e a semiótica social, proporcionam uma ajuda específica para analisar e utilizar os textos verbo-visuais no ensino de línguas. Em outros momentos daremos mais detalhes sobre estas possibilidades.
Referências
GOLDSTEIN, B. El uso de imágenes como recurso didáctico. Cambridge University Press, 2013.
HEBERLE, V. Multimodal literacy for teenage EFL students. Caderno de Letras (UFRJ), n. 27, p. 101-116, 2010. http://www.letras.ufrj.br/anglo_germanicas/cadernos/numeros/122010/textos/cl301220100viviane.pdf
HEBERLE, V. Multimodal literacy for teenage EFL students. Caderno de Letras (UFRJ), n. 27, p. 101-116, 2010. http://www.letras.ufrj.br/anglo_germanicas/cadernos/numeros/122010/textos/cl301220100viviane.pdf
JOHNSON, L.; ADAMS BECKER, S.; ESTRADA, V.; FREEMAN, A. NMC Horizon Report: 2015 Higher Education Edition.Austin, Texas: The New Media Consortium, 2015a. http://cdn.nmc.org/media/2015-nmc-horizon-report-HE-EN.pdf
JOHNSON, L.; ADAMS BECKER, S.; ESTRADA, V.; FREEMAN, A. NMC Horizon Report: Edición Educación Superior 2015, Austin, Texas: The New Media Consortium, 2015b. http://cdn.nmc.org/media/2015-nmc-horizon-report-HE-ES.pdf
ROYCE, T. Multimodal communicative
competence in second language contexts. In: ______.; BOWCHER, Wendy L. (Eds.). New Directions in the Analysis of Multimodal Discourse. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum, 2007, p. 361- 403. http://opus.lib.uts.edu.au/research/bitstream/handle/10453/8203/2009000262OK.pdf
______. Multimodality in the TESOL Classroom: Exploring Visual-Verbal Synergy. TESOL QUARTERLY, v. 36, n. 2, p. 191-205, 2002. http://esoluk.co.uk/digibooks/pdfs/Multimodality_TESOL_Classroom.pdf
STENGLIN, M.; IEDEMA, R. How to analyse visual images: a guide for TESOL teachers. In: BURNS, A.; COFFIN, C. (Eds.). Analysing English in a global context. London: Routledge, 2001, p. 194-208.
02 junho, 2015
8 tipos de usuários de Facebook. Exemplo de infografía.
Este infográfico em espanhol, bem poderia ser utilizado com alunos, não é verdade?
Fonte: Adveischool.com
Iconografia em aumento
Para quem ainda pensa que não há uma explosão nos últimos tempos de textos verbo-visuais para atrair a atenção dos leitores-visualizadores-navegadores, vejam a construção multimodal que me surpreendeu hoje na página do tradutor do Google.
Antes era apenas um link para enviar sugestões para melhorar o serviço de tradução automática, hoje é um aviso e apelo muito mais atraente que lembra que detrás do Google e suas enormes bases de dados, o humano também é importante.
Pelo menos é isso o que parece dar a entender. Não?
Com base na GDV de Kress e van Leeuwen (2006/1996) podemos reconhecer nesse aviso uma relação interacional de contato com uma demanda por parte do participante representado que "olha" diretamente para você e solicita uma ação explicitada na frase que está curiosamente acima da paisagem e com a seta que indica que depois de clicar será realizada a ação. Neste caso levará para o Global Translate Community, um grupo de pessoas engajadas em propor exemplos de traduções humanas para melhorar a qualidade das traduções automáticas que o Google oferece.
Mais explícito, impossível. ;-)
Antes era apenas um link para enviar sugestões para melhorar o serviço de tradução automática, hoje é um aviso e apelo muito mais atraente que lembra que detrás do Google e suas enormes bases de dados, o humano também é importante.
Pelo menos é isso o que parece dar a entender. Não?
Com base na GDV de Kress e van Leeuwen (2006/1996) podemos reconhecer nesse aviso uma relação interacional de contato com uma demanda por parte do participante representado que "olha" diretamente para você e solicita uma ação explicitada na frase que está curiosamente acima da paisagem e com a seta que indica que depois de clicar será realizada a ação. Neste caso levará para o Global Translate Community, um grupo de pessoas engajadas em propor exemplos de traduções humanas para melhorar a qualidade das traduções automáticas que o Google oferece.
Mais explícito, impossível. ;-)
01 junho, 2015
Diferenças na leitura de textos escritos e textos multimodais
Este quadro, que mostra as diferenças na leitura de textos escritos e de textos multimodais, foi publicado por Maureen Walsh em um artigo de 2004. Acredito que pode ser de interesse para muitos professores.
Aqui mostramos a versão para o português feita por Assunção (2014). Apenas acrescentei outras cores para diferenciar melhor cada bloco de informações.
Semelhanças na construção de significados com textos escritos ou multimodais:
• A necessidade de entender o mais amplo contexto sociocultural.
• Qualquer texto forma parte de um "gênero" específico (por exemplo, literário, informação, mídia, internet, "videogame"/ digital).
• O leitor ajusta suas expectativas de acordo com o tipo de texto ou propósito de leitura.
• Vários esquemas são ativados - conhecimento de mundo, conhecimento do tema, e conhecimento do gênero.
• Existe uma interação entre o leitor e o texto para que o significado seja construído. O significado pode ser feito com metafunções ideacionais, interpessoais ou textuais.* O leitor é "engajado".
• Compreensão e interpretação em níveis cognitivos e afetivos. [p.ex. literal, inferencial, respostas importantes, se identificar, ter empatia, fazer analogias].
• Entender, analisar e criticar ideologias, pontos de vista, "posicionamentos".
• A imaginação pode ser ativada.
• A informação pode ser obtida.
• Há um contexto específico, um discurso e uma coerência.
• As estratégias específicas para cada tipo de texto precisam ser ativadas pelo 'leitor' /observador [por exemplo, uma leitura por prazer ou uma leitura com um objetivo determinado as previsões, skimming/scanning*].
Observações:
* As metafunções ideacional, interpessoal e textual de Halliday são a base da linguística sistêmico funcional (LSF) de ampla utilização nos estudos de multimodalidade e semiótica social.
* Skimming e Scanning, são termos em inglês muito utilizados na leitura instrumental. Skimming é a estratégia de fazer uma primeira leitura rápida para ter uma ideia geral do tipo de texto que vamos ler. Scanning é geralmente a estratégia que segue após escanear o texto, isto é uma leitura minuciosa, mais específica, à procura de informações específicas.
Referências
ASSUNÇÃO, Fábio Nunes. Estratégias de leitura em língua inglesa: um estudo de infográficos em uma perspectiva multimodal. Dissertação. Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada – Centro de Humanidades, Universidade Estadual do Ceará, 2014. http://www.uece.br/posla/dmdocuments/F%C3%81BIO%20NUNES%20ASSUN%C3%87%C3%83O
WALSH, Maureen. Reading visual and multimodal texts: how is 'reading' different? In: Multiliteracies & English Teaching K-12 in the Age of Information & Communication Technologies. Armidale, NSW, Australia: Australian Literacy Educator's Association & the University of New England, 2004, p. 24-37. http://www.decd.sa.gov.au/northernadelaide/files/links/reading_multimodal_texts.pdf
Aqui mostramos a versão para o português feita por Assunção (2014). Apenas acrescentei outras cores para diferenciar melhor cada bloco de informações.
Como alerta Walsh, é necessário considerar que no quadro anterior, embora fiquem divididas as caraterísticas da leitura de cada tipo de texto, nem sempre ocorrem separadamente, pois
muitos textos multimodais
combinam variedades de
formas. Combinações de modos e modos semióticos particulares podem influenciar o
processo de construção de sentidos de um leitor (WALSH, 2004, p. 11).
Walsh também tece comentários sobre as semelhanças que pode haver nos processos de leitura, independentemente do tipo de texto, que mostraremos a continuação:
Semelhanças na construção de significados (meaning-making)
Sejam palavras ou imagens lidas num livro ou na tela de um dispositivo digital, um livro ilustrado ou um romance ou uma narrativa não ficcional, haverá semelhanças nos processos interpretativos e de construção de sentido, pois temos que entender o propósito social desse texto e seu contexto cultural e entender como ele pode estar relacionado com nosso próprio objetivo no uso desse texto.
Semelhanças na construção de significados (meaning-making)
Sejam palavras ou imagens lidas num livro ou na tela de um dispositivo digital, um livro ilustrado ou um romance ou uma narrativa não ficcional, haverá semelhanças nos processos interpretativos e de construção de sentido, pois temos que entender o propósito social desse texto e seu contexto cultural e entender como ele pode estar relacionado com nosso próprio objetivo no uso desse texto.
Qualquer que seja o tipo de texto, muitas vezes precisamos "preencher as lacunas" para entender os contextos específicos culturais e sociais. O nosso entendimento vai ter relação de alguma forma com nossos conhecimentos e experiências anteriores. Os esquemas trazidos pelo leitor são elementos importantes em qualquer tipo de leitura.
A nossa forma de interpretar qualquer novo texto, sejam palavras ou imagens, produzirá novas interpretações, novas respostas e novos significados. Passamos por um processo interativo recursivo quando lemos palavras ou olhamos para as imagens, negociamos telas eletrônicas e hiperlinks. Fazemos comparações com as nossas experiências anteriores com palavras, imagens, telas e seu conteúdo, para, em seguida, construir um novo significado. Um novo texto irá desencadear essas novas respostas e interpretações. Estes processos que acontecem "na cabeça" do leitor aparecem detalhados na tabela seguinte:
A nossa forma de interpretar qualquer novo texto, sejam palavras ou imagens, produzirá novas interpretações, novas respostas e novos significados. Passamos por um processo interativo recursivo quando lemos palavras ou olhamos para as imagens, negociamos telas eletrônicas e hiperlinks. Fazemos comparações com as nossas experiências anteriores com palavras, imagens, telas e seu conteúdo, para, em seguida, construir um novo significado. Um novo texto irá desencadear essas novas respostas e interpretações. Estes processos que acontecem "na cabeça" do leitor aparecem detalhados na tabela seguinte:
Semelhanças na construção de significados com textos escritos ou multimodais:
• A necessidade de entender o mais amplo contexto sociocultural.
• Qualquer texto forma parte de um "gênero" específico (por exemplo, literário, informação, mídia, internet, "videogame"/ digital).
• O leitor ajusta suas expectativas de acordo com o tipo de texto ou propósito de leitura.
• Vários esquemas são ativados - conhecimento de mundo, conhecimento do tema, e conhecimento do gênero.
• Existe uma interação entre o leitor e o texto para que o significado seja construído. O significado pode ser feito com metafunções ideacionais, interpessoais ou textuais.* O leitor é "engajado".
• Compreensão e interpretação em níveis cognitivos e afetivos. [p.ex. literal, inferencial, respostas importantes, se identificar, ter empatia, fazer analogias].
• Entender, analisar e criticar ideologias, pontos de vista, "posicionamentos".
• A imaginação pode ser ativada.
• A informação pode ser obtida.
• Há um contexto específico, um discurso e uma coerência.
• As estratégias específicas para cada tipo de texto precisam ser ativadas pelo 'leitor' /observador [por exemplo, uma leitura por prazer ou uma leitura com um objetivo determinado as previsões, skimming/scanning*].
Observações:
* As metafunções ideacional, interpessoal e textual de Halliday são a base da linguística sistêmico funcional (LSF) de ampla utilização nos estudos de multimodalidade e semiótica social.
* Skimming e Scanning, são termos em inglês muito utilizados na leitura instrumental. Skimming é a estratégia de fazer uma primeira leitura rápida para ter uma ideia geral do tipo de texto que vamos ler. Scanning é geralmente a estratégia que segue após escanear o texto, isto é uma leitura minuciosa, mais específica, à procura de informações específicas.
Referências
ASSUNÇÃO, Fábio Nunes. Estratégias de leitura em língua inglesa: um estudo de infográficos em uma perspectiva multimodal. Dissertação. Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada – Centro de Humanidades, Universidade Estadual do Ceará, 2014. http://www.uece.br/posla/dmdocuments/F%C3%81BIO%20NUNES%20ASSUN%C3%87%C3%83O
WALSH, Maureen. Reading visual and multimodal texts: how is 'reading' different? In: Multiliteracies & English Teaching K-12 in the Age of Information & Communication Technologies. Armidale, NSW, Australia: Australian Literacy Educator's Association & the University of New England, 2004, p. 24-37. http://www.decd.sa.gov.au/northernadelaide/files/links/reading_multimodal_texts.pdf
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