Aqui mostramos a versão para o português feita por Assunção (2014). Apenas acrescentei outras cores para diferenciar melhor cada bloco de informações.
Como alerta Walsh, é necessário considerar que no quadro anterior, embora fiquem divididas as caraterísticas da leitura de cada tipo de texto, nem sempre ocorrem separadamente, pois
muitos textos multimodais
combinam variedades de
formas. Combinações de modos e modos semióticos particulares podem influenciar o
processo de construção de sentidos de um leitor (WALSH, 2004, p. 11).
Walsh também tece comentários sobre as semelhanças que pode haver nos processos de leitura, independentemente do tipo de texto, que mostraremos a continuação:
Semelhanças na construção de significados (meaning-making)
Sejam palavras ou imagens lidas num livro ou na tela de um dispositivo digital, um livro ilustrado ou um romance ou uma narrativa não ficcional, haverá semelhanças nos processos interpretativos e de construção de sentido, pois temos que entender o propósito social desse texto e seu contexto cultural e entender como ele pode estar relacionado com nosso próprio objetivo no uso desse texto.
Semelhanças na construção de significados (meaning-making)
Sejam palavras ou imagens lidas num livro ou na tela de um dispositivo digital, um livro ilustrado ou um romance ou uma narrativa não ficcional, haverá semelhanças nos processos interpretativos e de construção de sentido, pois temos que entender o propósito social desse texto e seu contexto cultural e entender como ele pode estar relacionado com nosso próprio objetivo no uso desse texto.
Qualquer que seja o tipo de texto, muitas vezes precisamos "preencher as lacunas" para entender os contextos específicos culturais e sociais. O nosso entendimento vai ter relação de alguma forma com nossos conhecimentos e experiências anteriores. Os esquemas trazidos pelo leitor são elementos importantes em qualquer tipo de leitura.
A nossa forma de interpretar qualquer novo texto, sejam palavras ou imagens, produzirá novas interpretações, novas respostas e novos significados. Passamos por um processo interativo recursivo quando lemos palavras ou olhamos para as imagens, negociamos telas eletrônicas e hiperlinks. Fazemos comparações com as nossas experiências anteriores com palavras, imagens, telas e seu conteúdo, para, em seguida, construir um novo significado. Um novo texto irá desencadear essas novas respostas e interpretações. Estes processos que acontecem "na cabeça" do leitor aparecem detalhados na tabela seguinte:
A nossa forma de interpretar qualquer novo texto, sejam palavras ou imagens, produzirá novas interpretações, novas respostas e novos significados. Passamos por um processo interativo recursivo quando lemos palavras ou olhamos para as imagens, negociamos telas eletrônicas e hiperlinks. Fazemos comparações com as nossas experiências anteriores com palavras, imagens, telas e seu conteúdo, para, em seguida, construir um novo significado. Um novo texto irá desencadear essas novas respostas e interpretações. Estes processos que acontecem "na cabeça" do leitor aparecem detalhados na tabela seguinte:
Semelhanças na construção de significados com textos escritos ou multimodais:
• A necessidade de entender o mais amplo contexto sociocultural.
• Qualquer texto forma parte de um "gênero" específico (por exemplo, literário, informação, mídia, internet, "videogame"/ digital).
• O leitor ajusta suas expectativas de acordo com o tipo de texto ou propósito de leitura.
• Vários esquemas são ativados - conhecimento de mundo, conhecimento do tema, e conhecimento do gênero.
• Existe uma interação entre o leitor e o texto para que o significado seja construído. O significado pode ser feito com metafunções ideacionais, interpessoais ou textuais.* O leitor é "engajado".
• Compreensão e interpretação em níveis cognitivos e afetivos. [p.ex. literal, inferencial, respostas importantes, se identificar, ter empatia, fazer analogias].
• Entender, analisar e criticar ideologias, pontos de vista, "posicionamentos".
• A imaginação pode ser ativada.
• A informação pode ser obtida.
• Há um contexto específico, um discurso e uma coerência.
• As estratégias específicas para cada tipo de texto precisam ser ativadas pelo 'leitor' /observador [por exemplo, uma leitura por prazer ou uma leitura com um objetivo determinado as previsões, skimming/scanning*].
Observações:
* As metafunções ideacional, interpessoal e textual de Halliday são a base da linguística sistêmico funcional (LSF) de ampla utilização nos estudos de multimodalidade e semiótica social.
* Skimming e Scanning, são termos em inglês muito utilizados na leitura instrumental. Skimming é a estratégia de fazer uma primeira leitura rápida para ter uma ideia geral do tipo de texto que vamos ler. Scanning é geralmente a estratégia que segue após escanear o texto, isto é uma leitura minuciosa, mais específica, à procura de informações específicas.
Referências
ASSUNÇÃO, Fábio Nunes. Estratégias de leitura em língua inglesa: um estudo de infográficos em uma perspectiva multimodal. Dissertação. Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada – Centro de Humanidades, Universidade Estadual do Ceará, 2014. http://www.uece.br/posla/dmdocuments/F%C3%81BIO%20NUNES%20ASSUN%C3%87%C3%83O
WALSH, Maureen. Reading visual and multimodal texts: how is 'reading' different? In: Multiliteracies & English Teaching K-12 in the Age of Information & Communication Technologies. Armidale, NSW, Australia: Australian Literacy Educator's Association & the University of New England, 2004, p. 24-37. http://www.decd.sa.gov.au/northernadelaide/files/links/reading_multimodal_texts.pdf
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